Cruella (2021)


Esse é um dos melhores se não "o" melhor filme de live-action da Disney. Cruella é um filme de comédia e aventura digno da personagem criada nos anos 50. Em 2013, a Walt Disney Pictures anunciou a ideia de fazer um novo filme sobre a vilã do filme 101 dálmatas, Cruella De Vil.
Cruella de Vil é uma personagem fictícia do livro The Hundred and One Dalmatians (Os Cento e Um Dálmatas). O livro foi escrito pela inglesa Dorothy Glades "Dodie" Smith (Dodie Smith) em 1956. O romance infantil foi um sucesso instantâneo, tanto pela história quanto por sua vilã. No livro, os recém-casados Sr. e Sra. Dearly passeiam com o seu casal de dálmatas e encontram uma velha conhecida dos tempos de colégio, a rica Cruella de Vil, que fica fascinada com os cachorros e tenta comprá-los dos Dearlys. Sem sucesso, ela contrata ladrões para roubarem quantos dálmatas conseguirem. 
O nome Cruella de Vil faz referência às palavras "cruel" e "demônio", além do pseudônimo 
"Conde de Ville", usado pelo Drácula no famoso livro de 1897 escrito por Bram Stoker. Para completar, Dodie dirigia um Rolls-Royce 25/30 "Sedanca de Ville" para viajar com seu dálmata Pongo.
O filme teve uma produção de 5 longos anos no total devido a mudanças de elenco, produtores, roteiristas e diretores. As gravações começaram em 2019.
O filme partiu de um primeiro roteiro escrito por Aline Brosh McKenna que foi desenvolvido e revisado por Steve Zissis e Kelly Marcel. Em 2016, o roteiro foi reescrito por Dana Fox, Jez Butterworth e Tony McNamara. Andrew Gunn foi o produtor desse filme. Marc PlattKristin Burr e Glenn Close foram produtores executivos. Glenn Close também foi a atriz responsável por dar vida a Cruella de Vill no primeiro live-action de 1996. Inicialmente, o longa seria dirigido por Alex Timbers, mas devido à agenda de trabalho, ele se retirou do projeto no final de 2018 e foi substituído por Craig Gillespie. Além disso, os grandes destaques desse filme são a fotografia de Nicolas Karakatsanis, a trilha sonora de Nicholas Bristell, a maquiagem de Nadia Stacey e o figurino de Jenny Beavan.
O filme conta a história de Estella, uma garota criativa e de personalidade forte. Ela é criada por sua mãe, Catherine, que é uma boa pessoa e tenta sempre manter sua filha na linha, mas sem bloquear sua criatividade. Quando Estella tem problemas na escola, sua mãe a retira de lá e pede ajuda financeira à Baronesa Von Hellman, sua antiga patroa. Após se meter em confusão na mansão da Baronesa, a jovem Estella vê sua mãe ser derrubada de um penhasco por dálmatas que perseguiam a menina. Ao sair de lá, a órfã Estella conhece com dois garotos, Jasper e Horácio, e passa a viver com eles. Depois de alguns anos, Estella cresce e arruma um emprego de faxineira na loja de departamento Liberty, de propriedade da Baronesa. Após tentar de maneiras frustradas mostrar seu trabalho aos seus superiores, Estella toma um porre e reinventa a vitrine principal da loja no dia em que a Baronesa estava para visitar o lugar. Assim, ela consegue chamar atenção da grandiosa, que mal sabe que Estella está para dar a vida a Cruella de Vil.
O filme apresenta Emma Stone no papel de Cruella de Vil; Emma Thompson como a Baronesa de von Hellman; Joel Fry como Jasper; Paul Walter como Horácio e ainda trás Mark Strong como o mordomo John; Kirby Howell-Baptiste como Anita Darling; John McCrea como Artie.
O QUE EU ACHEI? (CRÍTICA)

O filme é sim de longe um dos melhores live-actions já feitos (na minha opinião, é claro). Cruella trás de volta um tom clássico que a maioria dos filme da Disney já perdeu com o tempo. Ele tem estética visual e sonora que entrega muita personalidade, deixando cenas marcadas na memória e uma identidade amplamente reconhecível.
O primeiro ponto a se falar é a história, que foi muito bem construída, nos fazendo criar empatia desde o primeiro momento pela protagonista de cabelo bicolor. Ao nos mostrar sua introdução até a perda de sua mãe, o longa nos trás aquela nostalgia dos filmes antigos da Disney, como Bambi e O Rei Leão, ao fazer uma personagem de bom coração morrer logo no começo. O segundo ponto é melhor ainda... 
A fotografia do filme consegue expressar isso de forma bem clara ao nos dar tons mais escuros em momentos mais tensos e momentos com mais luz e efeitos em momentos de diversão ou apresentação; se bem que a fotografia de um filme não é só isso, mas esse é um ponto que foi muito bem usado de várias formas nesse filme. Cruella também trás o tom cinza da Londres dos anos 70, como pode ser claramente visto em fotografias tiradas durante essa década. Além disso, quando se mistura a cor branca com a cor preta a cor resultante é a cinza, genial não é?! (por causa do cabelo dela) 
A maquiagem do filme é o terceiro ponto fantástico dessa obra. A maioria das pessoas pensa que a maquiagem é uma coisa muito fútil em um filme e, muitas vezes, ela passa quase despercebida aos olhos desatentos. Em Cruella, cada cena de apresentação dos looks da personagem, mesmo na infância, é incrível. Mas Cruella não foi a única figura de destaque. A Baronesa, apesar de ser mais clássica, ainda sim é um ponto a se levantar pela maquiagem que sempre conversa com seus vestidos extraordinários. E é esse o quarto ponto do filme.
Os looks, sem sombra de dúvidas, são o grande destaque, ou melhor, o destaque GIGANTE em Cruella, que nos deixa estarrecidos com cada desfile e apresentação de um look inovador. Por se passar na década de 70, a figurinista Jenny Beavan se deleitou com toda a moda rock e punk dessa época, passando também pelos estilos indie e new wave e deixando a inspiração clássica da alta costura para o figurino da Baronesa, com menções aos estilos de Audrey Hepburn e Jacqueline Kennedy. 
O quinto ponto é com certeza a trilha sonora que não deixou nada a desejar. Ela também conversa com as roupas, passando pelo rock, new wave, punk, indie, blues e r&b; usando músicas já conhecidas do público como "Feeling Good" de Nina Simone; "I Wanna Be Your Dog" de John McCrea; "These Boots Are Made For Walkin" de Nancy Sinatra; "Should I StayOr Should I Go" de The Clash e a música de Florence + The Machines, "Call Me Cruella". Com uma trilha sonora assim, não tem como errar, não é?
O sexto ponto é a diversidade no elenco. Um parêntese muito relevante nesse filme é a questão do personagem Horácio. No romance original de Dodie Smith, Horácio se chamava Saul e era irmão de Jasper; os dois eram conhecidos com "os irmão Badun", o que sugeria uma origem ou ancestralidade do Oriente Médio ou de alguma outra região de fora da Europa. Embora o livro não mencione a origem dos personagens, fica subentendida sua etnia. Saul virou Horácio a partir do filme animado da Disney em 1961. 
Já em Cruella, foram elencadas pessoas negras para interpretar Jasper e Anita, um ladrão e uma jornalista. O marido de Anita, o advogado Roger, é interpretado por um ator descendente de iranianos. Isso é importante porque, além de evitar apagamentos históricos, cria uma ambientação próxima da realidade. A França dos anos 70 passava por uma grande mudança cultural devido aos imigrantes que passaram a fazer parte da cultura do país. 
E o sétimo e não menos importante são as atuações, principalmente de Emma Stone e Emma Thompson, que brilharam muito em seus respectivos papéis.
O longa segue uma história anterior ao filme de 1996, como se fosse a ascensão de Cruella no mundo da moda, antes de ter o seu desejo por dálmatas. Nessa história, criamos um laço afetivo com uma das vilãs mais famosas das histórias infantis. Agora como podemos romper esse laço? É só rever o filme animado de 1961 e lembrar que "a pele é o que importa".

NOTA: ★★★★★★★★★☆ 9 ESTRELAS

VEJA O TRAILER DO FILME ABAIXO:



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