Um dos filmes mais alugados na época do Home Video (VHS), O Pestinha 2 (Problem Child 2) não é das melhores sequências, mas mesmo assim, é um dos filmes que mais foram reprisados na tv brasileira, e conseguindo números significativos de audiência, até no horário nobre.
Assim que o primeiro filme saiu de cartaz dos cinemas, a Universal Studios começou a se preparar para lançar uma sequência o mais breve possível, eles achavam que, como o primeiro filme foi relativamente rápido para ser feito e teve baixo custo e alto lucro, poderiam fazer uma sequência em 6 meses, o que não foi bem assim. A pressa do estúdio para produzir uma sequêcia era o medo do ator principal Michael Oliver, entrar na puberdade e perder o seu "charme" de criança. 
Como o primeiro foi muito criticado por críticos de cinema, a Universal achou que o problema era ter dois roteirista iniciantes, ainda mais em um filme que rendeu milhões aos estúdios. Para continuar com o sucesso do filme, agora conquistando o público e a crítica, deveriam ser contratados novos roteiristas, e profissionais, ou pelo menos com um nome reconhecido no mercado, para alavancar a franquia do garoto Júnior. Para a Universal Studio, não importava se a ideia do filme tinha partido dos dois roteiristas, a única coisa relevante naquele momento era que os dois (Scott Alexander e Larry Karaszewski) não iriam escrever a sequência do filme. Dennis Dugan, que foi diretor do primeiro filme, não seguiu no projeto e foi substituído por Brian Levant, Robert Simonds continuou como produtor executivo e fez força para os escritores continuarem no projeto. Como a Universal queria o segundo filme para as férias de verão do ano seguinte, o estúdio acabou não encontrando os novos roteiristas como desejava e recontratou Scott e Larry para roteirizar o filme. Os dois ficaram chateados com o que foi feito com eles e resolveram se vingar da Universal fazendo o filme um pouco mais pesado que o primeiro, o que tornou o filme uma verdadeira "merda" e não estou falando no sentido figurado. O filme tem várias sequências de cenas com fezes e vômitos, de pessoas e animais e isso acabou mudando um pouco a essência dos personagens principais, Júnior também mudou e agora ao invés de usar suas artimanhas com quem merecia, agora ele simplesmente faz coisas para mostrar que pode. O longa estreou em 5 de junho de 1991 e não faturou tão bem, já que estreou no mesmo fim de semana que O Exterminador do Futuro 2, o filme teve um gasto de US$ 15 milhões e lucrou somente US$ 32 milhões, ele praticamente pagou seus próprios custos, não chegando nem perto da arrecadação de 5x mais que teve o primeiro filme. Esse filme deu destaque para a pequena Ivyann Schwan, que foi Trixie, a inimiga de Júnior, ela era uma garota menor que Júnior e também bem mais carismática que ele. Não querendo que o nome da franquia fosse esquecida com o tempo, a Universal fez o desenho animado Problem Child que teve 26 episódios e 2 temporadas no total, ficando no ar de 1993 a 1994.
O longa começa pouco tempo depois de onde acabou o primeiro. Agora Júnior e Ben estão se mudando de Cold River (cidade onde Ben nasceu e cresceu). Já que os acontecimentos do primeiro filme não os deixaram bem vistos na cidade, o jeito era se mudar. Em Mortville, sua nova cidade, todas as donas de casa divorciadas demonstram interesse por Ben, que aceita as investidas por achar que seu filho precisa de uma mãe, mesmo Júnior dizendo que está tudo bem, do jeito que está.
Na nova escola, Júnior reencontra Igor Peabody que agora é diretor do colégio. O pestinha também conhece a pequena Trixie que é tão endiabrada quanto ele. Ela é filha da gentil Annie Young, que é enfermeira da escola. Annie se apaixona pelo pai de Júnior sem saber que ele já está na mira da rica banqueira LaWanda Dunmore que fará de tudo para conquistar o novo solteirão de Mortville, mesmo que tenha que se livrar do travesso filho de Ben. E assim se arma a trama desse segundo filme.
O elenco o filme trás o mesmo elenco do primeiro e mais alguns nomes novos que ganham um bom destaque. Michael Oliver continua sendo o diabinho Júnior; Ivyann Schwan é a pequena Trixie; John Ritter continua no papel de pai; Jack Warden como o vovô, agora falido Big Ben; Amy Yasbeck que era a mãe interesseira Flo no primeiro filme, agora é a doce enfermeira Annie; Gilbert Gottfried volta como o ex-agente de adoção e agora diretor, Igor Peabody e o destaque para Loraine Newman que é a poderosa LaWanda Dunmore.
O QUE EU ACHEI? (CRÍTICA)
Essa sequência não foi de jeito nenhum um "mar de rosas" só se o mar, for um vaso sanitário e as rosas forem um monte de cocô.
Diferente do primeiro filme que tinha uma história, esse só pincelou por cima de uma. Logo nas primeiras cenas o filme demonstra que irá falar sobre os "filhos de divórcio"; para você que não sabe o que isso significa, eu explico. Filhos do divórcio foi um termo muito usado nos anos 90 para se referir as crianças que não sabiam lidar com o divórcio dos pais; eles por não terem mais uma "família perfeita" começavam a fazer coisas ruins para chamar a atenção, como brigar com os amigos(a) ou namorado(a) dos pais; quebrar coisas, não se dar bem na escola ou algo do tipo. Nos dias de hoje sabemos os motivos do divórcio e que na maioria das vezes os pais serão melhores separados do que juntos, e os filhos também já sabem lidar melhor com isso, mas nos anos 90 não era bem assim.
Partindo dessa ideia o filme teria infinitas maneira de abordar esse tema de uma maneira cômica, mais ainda com um garoto que pode misturar produtos químicos como se fosse um barman, mas é uma pena que essa ideia não foi bem usada pelos roteiristas; acho que os dois estavam zangados com a Universal e queria mesmo se vingar destruindo o filme todo, que ficou cheio de piadas de pum, cocô, vômito e degustação de baratas. Sério que isso foi o melhor que puderam fazer?
Se bem que a Universal apressou Scott e Larry para prepararem o filme, e o filme deve ter sido feito as pressas, sem revisão de roteiro nem nada. Com um prazo curto, como os dois poderiam construir algo novo, original e ainda corrigirem os erros do primeiro longa? Acho que eles tentaram ao máximo fazer o filme, se inspirando em uma única piada e replicando ela de todas as formas cabíveis naquele universo do garoto. Outro grande erro desse filme, são os desafios as leis normais da física e sobrevivência. Como alguém consegue ser eletrocutado e sair vivo para contar a história, ou ser amassado por um meteoro gigante e levantar consciente, dizendo "eu aceito casar com você"? 
Um destaque importante é a paleta de cores usada no filme. O longa usa três cores base no cenário e figurino dos personagens, branco, azul e vermelho, que são as mesmas cores da bandeira dos EUA. Isso poderia ter inúmeras representações, mas a primeira foi uma resposta a crítica sofrida em Problem Child 1 de 1990, que foi massacrada pelos críticos que odiaram o filme, já o público em sua maioria adorou, os roteiristas usaram um velho ditado americano, "quem faz a américa são os americanos" e isso acertou em cheio a todos os que falaram mal no começo da franquia. Os personagens também deram vida as cores, usando peças de roupa que representavam as três cores da bandeira do Tio Sam e até mesmo na construção de suas respectivas figuras cinematografias. Júnior, em vário momentos usa peças de roupa branca, que é a cor que ele representa, na bandeira americana essa cor significa pureza, a mesma coisa que Júnior deveria representar se fosse só uma criança ao invés de ser quem é. Ben, representa a cor azul, que significa vigilância; ele sendo pai de quem é, precisa de vigilância dobrada. A cor vermelha representa coragem e resistência, e quem melhor do que LaWanda para representar essa cor, ela como pretendente a futura mãe de Júnior precisa e MUITO dessas duas coisa, coragem e resistência. E também tem o Big Ben, que sempre usa as três cores ou itens que tem a bandeira estampada neles; isso representa o capitalismo americano e o consumo excessivo de tudo só pelo simples poder aquisitivo do cidadão americano.Diferente do filme de 1990, que teve um preparo grande antes de seu lançamento, esse filme foi feito as pressas, para cobrir um espaço de filmes de férias que a Universal não tinha naquele ano. Se o filme tivesse sido feito com mais calma, ele fosse bem melhor do que essa versão que vimos... ou talvez fosse a mesma coisa também. Mesmo não sendo um filme memorável, ele chamou a atenção e fez a alegria de uma geração inteira que só tinha a tv aberta para se divertir.
NOTA: ★★★★★★☆☆☆☆ 6 ESTRELAS
VEJA O TRAILER DO FILME ABAIXO:
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