Um Tira no Jardim de Infância - Kindergarten Cop (1990)


Um dos filmes mais reprisado nas tardes de filmes da tv aberta brasileira, Um Tira No Jardim de Infância se tornou uma lembrança de coisas que não devem mais ser repetidas e também de temas que ainda devem ser explorados de moda mais maduro.
O longa é uma das 10 maiores bilheterias de 1990, ano em que foi lançado. O filme teve um custo de US$ 26 milhões e conseguiu US$ 202 milhões ao redor do mundo. A história partiu da ideia do ator e roteirista Murray Salem, que escreveu o filme junto com Herschel Weingrod e Timothy Harris. O filme foi produzido por Ivan Reitman e Brian Grazer. O filme é uma obra dos estúdios do próprio Grazer e Ron Haward, Imagine Entertainment e foi distribuído pela Universal. 
O filme conta a história de um policial do Departamento de Polícia de Los Angeles (LAPD), chamado John Kimble. Ele persegue um famoso traficante de drogas chamado Cullen Crisp, que está atrás de informações sobre sua ex-esposa que fugiu com milhões de dólares e com o único filho do casal. Kimble consegue prender temporariamente Crisp, ao conseguir uma testemunha que o viu assassinar uma pessoa. Ao saber o paradeiro da ex-espoda de Crisp, Kimble e sua parceira Phoebe O'Hara, vão atrás dela em uma cidade próxima. Phoebe iria se disfarçar de professora do jardim de infância, mas por problemas de saúde ela manda Kimble em seu lugar como professor substituto. Ele tem a a missão de descobrir quem é a ex-esposa de Crisp, e quem é o seu filho e onde está o dinheiro que ela roubou do ex-marido.
A comédia trás em seu elenco Arnold Schwarzenegger como o policial e professor John Kimble; Penelope Ann Miler como a professora Joyce Palmieri; Pamela Reed como a policial Phoebe O'Hara; Richard Tyson como o traficante Cullen Crisp e Carroll Baker como Eleonor Crisp; o longa ainda tem Linda Hunt como a diretora Schlowski; e os gêmeos Christian e Joseph Cousins como Dominic Palmieri.

O QUE EU ACHEI? (CRÍTICA)

Apesar do que muitos pensam eu gosto desse filme. Ele é uma obra que não envelheceu tão mal, tirando uma ou duas frases do texto ele até que é um filme aceitável. O longa fala sobre vários tipos de abuso, principalmente o infantil e os riscos que crianças são expostas o tempo todo, pela falta de cuidado dos pais em certos casos, ou até mesmo desinformações que são passadas para os pequenos.
No começo do filme vemos um assassinato logo de cara, o que não choca muito, já que temos o Schwarzenegger no elenco, mas por se tratar de um filme infantil/juvenil eu acho um pouco demais. Em seguida temos algumas cenas de machismo bem escancaradas, por Kimble ter uma masculinidade frágil, ao ver sua parceira sendo sua superior, mas isso logo passa ou não é mais comentado durante o filme. 

* * * ALERTA DE SPOILER * * * 

Na escola, conhecendo as crianças percebemos quem são as grandes estrelas do filme e são elas, o filme tem um elenco diverso de cores, raças e classes sociais diferentes, o que parece até um lugar segura para as crianças desenvolverem suas habilidades de empatia com os outros. Isso rapidamente acaba, ao percebermos que as crianças são um tipo de versão de seus pais, repetindo falas e atitudes que vivenciam em seus lares. Até chegarmos nos dramas reais das crianças.
Ao buscar informações sobre as crianças para descobrir quem são seus pais, as crianças acabam passando informações delicadas sobre suas famílias. Uma das crianças sofre agressões do pai e presencia a mãe sendo espancada, ao descobrir isso o professor Kimble lida muito bem com isso, ensinando uma "lição" ao pai de um dos garotos. O outro vive com a mãe divorciada e rica com o dinheiro da pensão que recebe do ex-marido, ela também se envolve com homens diferente que sempre passam pela sua casa, criando um ambiente instável para o seu filho. Outro que ensina frases extremamente machista para o seu filho com um ar de "ele é criança, logo, logo isso passa" só que está replicando um comportamento altamente tóxico para o seu filho. Um fala para sua filha que ela sempre será uma "mocinha" para ele, tentando colocar uma ideia nela para ela não fazer sexo; nessa época os EUA passava por uma crise de saúde onde crianças cada vez mais novas estavam engravidando; e essa crítica colocada no texto foi muito boa. 
Mas o principal tema é sobre valores morais, sobre o que é certo ou errado para passar a uma criança e como isso deve ser feito. O filma passa isso quando fala sobre o divórcio, que estava traumatizando uma geração inteira de criança ao redor do mundo. O longa nos mostra isso quando fala de diversas relações que não deveriam mais existir porque elas não existem. Quando é exposto o caso de agressão de uma criança, esse é um tema sensível que foi até que bem abordado nesse longa, esse é um tipo de relação entre os pais que não existe mais e por isso deve ser encerrada, já outras como o caso do filho de Crisp, que uma mãe simplesmente escondeu a verdade do filho por medo dele não entender o que o pai era capaz de fazer. Nesse ponto o filme fala sobre as disputas de divórcio que aconteciam onde o pai colocava o filho contra a mãe e vice e versa, criando um ambiente hostil para o próprio filho do casal.

* * * FIM DO SPOILER * * * 

Apesar de tudo o filme trás alguns debates que ainda são atuais e devem ser discutidos, em casa e na escola, como segurança, identidade de gênero, sexualidade, sexo, e cuidado com as crianças. Eu sempre achei que esse filme tem muito potencial par uma série ainda mais nos dias de hoje onde tudo tem que ser explicado de novo e de novo só para fazer alguém entender que tudo começa com respeito.

NOTA: ★★★★★★★☆☆☆ 7 ESTRELAS

VEJA ABAIXO O TRAILER DO FILME:

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